Quando o assunto é vestir-se, somos livres para usar as roupas como forma de expressão e a mistura de estampas pode ajudar a expressar mais sobre a nossa personalidade.
Por isso vamos abordar um pouco mais sobre estas ferramentas de estilo, mais especificamente duas estampas queridinhas XADREZ & ONÇA
XADREZ
Clássica, sóbria, elegante e versátil o xadrez está em pelo menos uma peça em seu armário, independente do estilo, sexo ou estação. A padronagem abraça inúmeras opções de uso.
Ela é mais que uma padronagem, podemos dizer que as diversas versões do xadrez carregam símbolos históricos, é impossível ver um xadrez Tartan verde e vermelho e não pensar na Escócia, um Vichy vermelho e branco e não pensar em piquenique ou um tipo Buffalo e associar com festa junina.
Tipos de xadrez
Quadriculado
O mais básico e antigo, com mais de 1600 anos. Mas na moda ele começa a aparecer em 1970 onde dois movimentos musicais se juntaram o jamaicano Ska e o punk, onde os fãs adotaram o quadriculado preto e branco como forma de protesto. Pouco depois o lançamento do Classic Slip-On da Vans, que até hoje é um tênis de sucesso. E não podemos esquecer que essa é a padronagem símbolo da luxuosa Louis Vuitton.
Tartan
Teve seu começo na Escócia, embora outras culturas já usavam padronagens similares, nada com tanta força como no país. Ele caiu no gosto dos ingleses chegando à família real sendo um dos queridinhos da princesa Diana.
Príncipe de Gales
Também teve seu início na Escócia, caindo no gosto do príncipe de Gales que levou a moda para a Inglaterra influenciando muitos jovens da época. Após renunciar à coroa para viver um grande amor Edward (ex príncipe) levou seu estilo para o mundo, deixando essa padronagem carregada com mensagens como modernidade e elegância. No armário feminino ele chegou forte por volta dos anos 80 quando a ascensão da alfaiataria consolidou a padronagem como um ícone neste guarda-roupa.
Pied-de-poule
Pé de galo em francês, essa padronagem é muito antiga datada de uns 2.300 anos, também primeiramente utilizada na Escócia, mas foi em 1950 com o icônico Christian Dior que a padronagem entrou para a Alta Costura.
Vichy
Ganhou força quando usado por Judy Garland, que interpretou a Dorothy em O mágico de Oz, com um vestido de Vichy azul. Após isso Briggite Bardot em 1959 se casou usando a estampa e dando a ele um ar de romantismo que conquista o mundo até hoje.
Burberry
Entrou para a história por grande influência da marca que leva o seu nome. Foi criado como forro de seus icônicos trench coats, mais tarde sendo em 1967 começou a fazer parte dos acessórios, por sugestão de uma cliente. E foi em 2017 que ele voltou a ganhar força total e tem se mantido até hoje.
Buffalo
Intimamente ligado à cultura estadunidense e aos lenhadores, a história é cheia de controvérsias, mas é uma padronagem comum para os americanos, mesmo não tendo conquistado as passarelas como os outros tipos.
ONÇA
Bem mais simples que o xadrez, porém com uma história muito mais poderosa. Ter objetos, roupas com essa padronagem de onça era sinal de poder. Reis e rainhas mantinham tapetes de onça como sinal de status, e os caçadores acreditavam que trajar casacos com pele de animais os traria as mesmas habilidades do bicho.
Mesmo com a evolução dos anos, o uso de peles continuava a ser considerado um sinal de posição elevada, era um meio de se diferenciar de classes mais baixas.
Em 1920 estilistas como Coco Chanel começaram a introduzir essa padronagem e nomes como Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor ajudaram a solidificar a estampa como símbolo de glamour e sensualidade.
Com a conscientização da moda sustentável, graças a Deus, a indústria passou a produzir essa padronagem de forma sintética imitando a aparência do animal, sem envolver pele real.
Hoje ela é uma estampa atemporal e versátil que continua a embelezar e externar a criatividade e fortalecer a inovação na moda.
Misturar estampas é brega. Mito ou verdade?
Mito. Quando o assunto é vestir-se somos livres para usar as roupas como forma de expressão e a mistura de estampas pode ajudar a expressar mais sobre a nossa personalidade. Mas claro que como em qualquer composição de look precisamos ter harmonia, e o mesmo vale quando o assunto é mistura de estampas.
Comece por peças sutis, se você acha que uma peça inteiramente estampada pode ser muita coisa para você, escolha um lenço ou outro detalhe estampado no look. Ou use padronagens diferentes por cima de roupas fazendo sobreposições.
Começar por um mix de estampas clássicas como xadrez, listras e bolinhas pode ser mais fácil.
Um truque para combinar estampas é ficar de olho na cor de fundo da roupa, buscando outras peças com estampas do mesmo tom e paleta.
Para misturar estampas de mesma padronagem procure brincar com o tamanho das figuras. Assim você consegue dar destaque para a estampa com elementos de tamanho maior, enquanto a de tamanho menor serve como uma peça “neutra”.
Nem tudo precisa combinar “certinho”. A melhor parte das estampas é poder brincar com a individualidade de cada peça, e para minimizar as informações, se necessário, você pode acrescentar um blazer ou casaco em cor neutra.
texto por: Bruna Conti