O jornalista especializado em moda e consultor de imagem e estilo Júlio Murena não é de meias palavras. Mais que ajudar o consumidor a descobrir cores e modelos que favorecem seu tipo físico, é também analista crítico do vestuário brasileiro, principalmente em se tratando de moda masculina.
Em entrevista a este blog, ele afirma sem hesitar que a moda outono-inverno masculina em 2018 carece de inovação. “Ela veio com poucas novidades, mas revisitando alguns clássicos e padrões”, diz. Segundo o especialista, o camuflado se repete desta vez com cores mais terrosas, a parka se mantém em alta e o xadrez, clássico da alfaiataria, continua forte.
Para o consultor, a moda masculina no Brasil ainda é muito pouco explorada. “É tudo muito careta, tradicional. Ninguém ousa e, quando ousa, é rotulado. ‘Essa peça não é pra homem, não é coisa de homem’. Existe esse preconceito na moda brasileira”, afirma. Para o jornalista, esta percepção vai na contramão do mercado internacional. “Lá fora é o contrário. Moda é movimento para você expressar quem é. Se for criativo e ousado, que leve isso para seu look”.
A despeito do pouco atrevimento da moda masculina brasileira, Murena não questiona a importância de eventos como a FEIMI – Feira da Moda Inverno no calendário do país. “A feira tem superimportância para o setor. Ela fortalece os fabricantes neste momento de crise que a gente está enfrentando, dita tendência e evidencia peças que acabam se tornando o must have da estação”.
Para os homens brasileiros que desejam estar na moda neste inverno, o consultor sugere apostar em peças-chave: couro e tricô. “Todo mundo tem de ter pelo menos uma jaqueta de couro no guarda-roupa. O couro é um dos maiores clássicos do vestuário masculino. Tricô nunca sai de moda, um pulôver, um suéter bacana… Quem aposta nestas peças nunca erra”.