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Moda porta a porta: sacoleiros, os microempresários que movimentam a economia do país

Vendedores autônomos de roupas e acessórios, popularmente chamados de sacoleiros, formam a importante base da pirâmide do mercado da moda no Brasil. Homens e mulheres que viajam quilômetros até polos produtores para comprar peças que depois revendem no varejo em suas regiões de origem com vantajosas margens de lucro. Não à toa, para muitos a atividade que começa como complemento de renda vira profissão.

Este é o caso Rodrigo Azevedo, que se tornou grande revendedor de artigos esportivos em cidades do interior de São Paulo. Aos 21 anos, quando ainda cursava Educação Física, começou a reforçar o salário de estagiário com a venda de tênis e camisetas. “Eu conhecia um fornecedor de marcas esportivas aqui na capital, onde fazia compras para uso próprio. A diferença de preço em relação ao shopping chegava a 250%”, conta.

À época, Azevedo decidiu adquirir algumas peças e vender aos colegas de faculdade. Para dar início ao negócio pediu à mãe um pequeno empréstimo; o suficiente para comprar três pares de tênis e meia dúzia de camisetas. “Da primeira vez meu lucro não ultrapassou 20%, pois eu queria ganhar a clientela tão desprovida de recursos quanto eu”, brinca.

Depois de quatro meses, conseguiu ampliar os modelos, marcas, tipos de artigos e também o rendimento nas vendas. Empolgado com os resultados, deixou a timidez de lado e ganhou clientes no condomínio onde morava. Todos o procuravam devido ao baixo preço e exclusividade.

Depois de formado, e com os negócios em franca expansão, decidiu não levar adiante a carreira de educador físico e passou a se dedicar somente ao comércio de varejo. “Há 12 anos forneço produtos para diversas lojas do interior de São Paulo”, revela o empresário.

Assim como Azevedo, a financista Andreia Bueno enxergou uma oportunidade de negócio quando visitou a cidade de Juruaia, conhecida como a Capital Mineira da Lingerie. Comprou peças sobressalentes e começou a vender para amigos e familiares em São Paulo. Tempos depois já tinha uma pequena rede de distribuição na capital do Estado.

“Numa época em que fiquei desempregada, a venda de lingerie virou minha principal fonte de renda. Fiz faculdade, voltei para minha área, mas não consegui abandonar a moda. Ainda vendo nos tempos livres para clientes que fiz há 20 anos”, diz Andreia. “É um mercado muito gostoso, não consigo deixar”, conclui.