História do tricot: da origem as passarelas

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O tricot é uma das peças-chave do inverno e presente em qualquer guarda-roupa, mas quando é que essa técnica de tecelagem surgiu, como ela foi crescendo e ganhando espaço nas passarelas e no mercado da moda? Quer saber um pouco mais sobre a história do tricot

Neste artigo, elaboramos uma linha do tempo para te contar tudo sobre essa técnica de entrelaçar os fios para criar roupas incríveis e capazes de nos aquecer durante todo o inverno. Vamos lá?

Origem do tricot 

O tricot é uma técnica de produção de tecidos que utiliza agulhas específicas para entrelaçar fios para criar as mais variadas peças — de roupas a artesanatos. Sabe-se que a história do tricot remonta milhares de anos, contudo, não há uma conclusão quanto a data exata.

Segundo historiadores, as primeiras evidências desta produção de tecidos foram encontradas em forma de meias em túmulos do Egito, datando cerca de 1.000 a.C. Já na América do Sul, há resquícios de que o tricot exista há mais de 2 mil anos, como uma técnica de produção utilizada por povos indígenas peruanos e colombianos. 

Contudo, foi na Europa que ele se popularizou. O tricot começou a ser desenvolvido em meados do século XIV, especialmente na Espanha e Itália, mas ganhou força na Inglaterra partir do século XIV, quando foi inventada a primeira máquina de tear manual pelo inglês William Lee.

A criação da máquina tornou a produção mais rápida e a criação de padrões mais elaborados. Nos séculos seguintes, o tricot tornou-se uma atividade popular nos lares europeus e passou a ocupar a vida e a rotina das mulheres como uma forma de passatempo e afazer doméstico. 

Tipos de linhas mais usadas

Ao longo da história do tricot, a lã era, sem dúvida, o tipo de linha mais utilizado para criar as peças de roupas — de meias a blusas — para manter o corpo aquecido. É por isso, que até hoje, a técnica ainda é muito associada com o inverno. Porém, engane-se quem pensa que o tricot pode ser utilizado apenas durante esta estação do ano. 

O tricot nada mais é que uma técnica de entrelaçamento de fios e para que isso aconteça, você pode utilizar uma ampla variedade de fios/linhas, seja natural ou sintético:

  1. Linhas de lã: como dito, essa é a escolha de linha mais clássica do tricot e foi responsável por torná-lo popular em todo o mundo devido ao seu isolamento térmico associado ao conforto. Além disso, existe ainda uma infinidade de categorias de lã, desde fibras naturais a artificiais ou a mistura entre elas;
  2. Linhas de algodão: esse tipo de linha também está associada a história do tricot e por apresentar maior leveza e suavidade, está muito presente na produção de peças de roupa para o verão que requerem uma maior respirabilidade;
  3. Linhas de seda: as linhas de seda são as mais caras do mercado, afinal, o seu processo de produção é bem específico. Quando o tricot é feito com seda 100% natural, ele ganha uma versatilidade, servindo como ótimo isolamento no térmico no inverno ou trazendo refrescância para o verão;
  4. Linhas de cashmere: esse tipo de fibra natural obtida a partir da cabra também está muito presente na história do tricot para a produção de peças mais sofisticadas, devido a sua proteção térmica associada com a maciez e leveza da linha;
  5. Linhas de acrílico: também conhecida como fibra sintética ou artificial, esse tipo de linha é derivada do petróleo e/ou carvão, o que faz com que a produção seja mais impactante para o meio ambiente e mais barata para a produção em larga escala. Por ser uma linha hipoalergênica vem sendo bastante utilizada na confeção de roupas para bebês.

Agulhas mais usadas no tricot

Como seria a história do tricot sem as suas agulhas? Pois bem, elas são parte fundamental da técnica de entrelaçamento de fios e podem ser encontradas nos mais variados tamanhos e materiais.

As agulhas mais comuns são:

  1. Agulhas de plástico: ideais para quem deseja iniciar os trabalhos no tricot, pois são baratas e fáceis de manusear, possibilitando que o fio deslize com maior facilidade;
  2. Agulhas de metal: apresentam uma durabilidade muito grande e por serem feitas com alumínio ou aço inoxidável, são super leves permitindo também um bom deslizamento dos fios; 
  3. Agulhas de madeira: são mais indicadas para quem tem realmente familiaridade com o tricot, pois apresenta uma aderência maior, possibilitando a confecção de pontos mais firmes e elaborados. 

Quanto ao diâmetro da agulha, o sistema de numeração é grande e varia entre os países, mas é possível encontrar desde agulhas bem fininhas até as mais grossas. A escolha depende do projeto de tricot que deseja produzir. 

A popularização do tricot e a valorização dele na moda

Como mencionado no início do artigo, o tricot começou a ganhar espaço nas casas europeias em meados do século XIV, como sendo uma atividade para ocupar o tempo ocioso das mulheres que viviam em casa enquanto os homens trabalhavam. No século XVIII, com a Revolução Industrial, o tricot começou a se transformar ainda mais, com o desenvolvimento de máquinas mais avançadas, tornando a técnica mais acessível e aumentando drasticamente a escala de produção. 

Porém, foi apenas no século XX, entre a década de 20 e 30 que a técnica realmente foi valorizada e deixou de estar associado a uma atividade doméstica. Isso, porque estilistas como Coco Chanel e Elsa Schiaparelli passaram a incorporá-lo nas suas coleções. 

Dessa forma, temos um marco na história do tricot, onde ele deixa de ser um afazer de casa e para ocupar a alta-costura. Desde então, passou a fazer parte da moda, sobretudo a de inverno. Designers, estilistas renomados e marcas de luxo continuam a incorporar a técnica de tecelagem nas suas coleções sazonais nos dias atuais. 

Além disso, a história do tricot também ganhou um novo destaque: a moda sustentável. São muitas pessoas redescobrindo a arte milenar de tricotar à mão ou utilizando máquinas artesanais, fomentando o mercado slow fashion.

E aí, gostou de saber um pouco mais sobre a história dessa técnica de entrelaçamento de fios? Confira também o nosso artigo sobre os cuidados com o tricot para manter as suas peças sempre bonitas e com aspecto de nova.